Ao ignorar o seu papel na construção de uma vida satisfatória você não tem como ser feliz
DA REDAÇÃO | Luciano Kotaka
Acreditar em contos de fadas é transferir a responsabilidade de sua felicidade para outra pessoa, como se somente estando em um relacionamento fosse possível ser feliz. Apesar de estarmos no século XXI isso ainda é uma realidade, o ser humano ainda está em processo de aprendizagem e mesmo com toda informação a respeito da responsabilidade que cabe a cada um nesse processo de autodesenvolvimento, ainda não foi compreendido a nível interno como colocar isso em prática.
Na verdade muitos até sabem que devem procurar a felicidade em outras fontes de satisfação que não sejam somente nos relacionamentos, mas poucos são os que realmente compreendem a importância desse movimento interno. A busca sempre está voltada para fora e no outro. Infelizmente esse é um padrão que vem sendo cultuado através dos tempos, estamos vulneráveis às mensagens que são disparadas diariamente através de vários veículos, sendo muito desafiador sair desse movimento e voltando-se ao que realmente faz a diferença a nível interno.
Os consultórios estão cheios de pessoas em busca de uma pílula mágica que possa diminuir a dor interna, e novamente a busca é fora, como se algo além de si mesmo pudesse solucionar a insatisfação que se sente. Não fomos ensinados a lidar com os buracos que temos dentro de nós, as dores são sufocadas, na maioria das vezes não expressas, até porque nem sempre conseguimos falar e outras vezes somos ignorados ou vítimas de humilhação.
Então o escolhido acaba recebendo a missão de ser o salvador da nossa infelicidade quando se inicia um relacionamento, apesar de sabermos que não tem como o outro ser exatamente como idealizamos, ainda assim, exigimos ações que nos satisfaçam e projetamos a responsabilidade do que não está certo no parceiro.
Não é possível alcançar a felicidade desta forma, quando passamos o bastão e abrimos mão de nosso esforço em buscar a paz interna. É preciso assumir o papel principal sem medo de desbravar novos caminhos, ter autorresponsabilidade em mudar o que é preciso para se sentir satisfeito.
Cada um tem uma percepção do que é felicidade e isso precisa ser respeitado, não há uma fórmula padrão, mas também sabemos que o caminho não é transferir para o nosso parceiro esse dever.
Como disse Leandro Karnal, “Ser feliz é uma decisão.”