– Evento emocionou organizadores e público… protagonismo estudantil e professores autores apresenta nova geração de talentos de Irecê e da Região. Festival de Música No encerramento, grande show com Tatau, ex-Araketu –
DA REDAÇÃO | Cultura&Realidade, com reportagem e texto de Juliano Carmo*
Com uma programação que reuniu prosa, verso, música, teatro da cultura regional, a segunda edição da Feira Literária de Irecê, Flirecê, “Do reino distante ao aqui e o agora” foi realizada entre os dias 9 e 10 de novembro. A abertura foi um cortejo pela cidade com diversas linguagens e manifestações artísticas ao som da Banda Marcial JCD, de Lapão-BA.
Fabrízia Pires, Diretora do Núcleo Territorial de Educação, NTE 01 e Coordenadora Geral da Flirecê, falou à reportagem sobre sua avaliação para a edição deste ano.
“O que fica? Fica aquela sensação de sucesso, o coração cheio de alegria. A Flirecê demarca algo que é bastante singular e que muitos visitantes acabaram falando pra nós que virou uma feira territorial, pois nós tivemos o envolvimento das 20 cidades do nosso território, através dos nossos estudantes da rede estadual com os projetos estruturantes. Estes projetos demarcam linguagens artísticas através da dança, teatro, pintura, coral e de todas as produções que são desenvolvidas pelos professores no decorrer do ano e que culminam na etapa territorial na Flirecê”, pontua.
A coordenadora ressalta o envolvimento e a visita das escolas da rede municipal e das escolas privadas, bem como a participação de autores de renome nacional, a exemplo de Breno Fernandes, ainda com uma implicação forte dos autores e autoras locais apresentando seus trabalhos. Para ela, “é preciso compreender a Flirecê como uma feira aberta, aberta as manifestações, aberta as construções de parcerias com a Secretaria de Cultura, com o próprio grupo de pesquisa. Há acadêmicos da UFBA imbuídos no processo de pesquisa, as sessões literárias, a nossa curadora, a profa Inez Carvalho da UFBA que fez um trabalho incrível”, enfatiza.
FALA CESAR!
Para Cesar Damásio, Secretário de Cultura, Turismo e Lazer de Irecê, a Flirecê apresentou: “literatura da melhor qualidade, das expressões do nosso território, dos nossos autores e autoras, e também dos nossos leitores, mas também de muitos convidados e celebridades da literatura, cantores, artistas, uma movimentação cultural que é essa que a gente espera. A expectativa que eu tenho é que a gente comece a considerar que a cultura não é nada extraordinário, que a cultura é ordinária e que ela precisa estar na pauta das nossas vidas para que a gente encha de criatividade, de brilho, de luz e de cor, de força de vida”, argumentou.
A TRAVESSIA DO GRÃO PROFUNDO
Escrito e dirigido por Paulo Atto com produção do Núcleo Caatinga, o espetáculo A Travessia do Grão Profundo transbordou poesia, lirismo e signos de nordestinidade através da interpretação de Mozar Primo. “Uma viagem no tempo das nossas experiências e vivências de infância. O sertão, o Semiárido sendo afirmado em sua essência por nossos artistas, desde o diretor, ao ator! A dramaturgia enchendo a alma, a arte fazendo seu papel, dando vida à vida! Parabéns! Irecê é gigante em arte, em cultura!”, referenciou Jussara, Professora e Vereadora em Irecê.
EDUCADORES-AUTORES
O Professor de Matemática da Rede Pública e escritor Presidutrense Stroesner Ferreira lançou a obra “Gato não toma pílulas e outros contos”. Crônicas do cotidiano, com histórias divertidas, hilariantes, trágicas ou jocosas. O autor pretende movimentar o imaginário do leitor para que ele confunda as situações narradas com as circunstâncias da vida real, através de vivências autênticas. “Esta é a beleza e a magia da crônica, a ficção se confundir com a realidade e a realidade com a ficção”, aponta.
O Livro Memória Documentada, que conta a saga do Grupo de Reisado de Dona Vitória, do Baixão de Zé Preto, é fruto do Trabalho de Conclusão de Curso da Museóloga Indira Bastos de Souza Lima. A autora comenta sobre sua obra: “Pense num TCC que rendeu? Graças à Deus e aos meus guias! Lembro que no 3° ano do ensino médio uma colega de sala me perguntou o que eu queria ser, estudar. Eu respondi que não sabia, que ia seguir a vontade de Deus. 6 anos depois eu fui fazer minha graduação e ter o reisado como objeto foi um chamado. Agora a pesquisa continua, novas publicações acontecendo.
E eu só tenho a agradecer. À todas as pessoas que me apoiam e principalmente ao grupo de Reisado D. Vitória pela partilha e confiança!”, aponta Indira, que atualmente faz mestrado no PPGEAFIN/Uneb seguindo com sua pesquisa a partir do Reisado.
A educadora e escritora Idalina Sousa Vieira lançou a obra autobiográfica “Tricotando Lembranças: os entrelaçados familiares dos Souza Pereira no Sertão da Bahia”. “Esta é uma produção de resgate e preservação da memória da origem genealógica desta família até a décima geração, que chegou aqui no sertão da Bahia no século XVIII, com propósito de fortalecer a consciência histórica e o sentimento de pertencimento dos seus descendentes”, ressaltou a autora.
FACE E FEMUCI
A estudante Thifanne Ferreira, do 2º ano do Ensino Médio do Colégio Estadual Luiz Viana Filho em Irecê, foi a vencedora do FACE, Festival Anual da Canção Estudantil.
Já o Festival de Música de Calouros de Irecê foi realizado na noite do dia 9. Na Categoria Geral, o 1º lugar ficou com Kaique Amador, 21 anos, Irecê com a interpretação “À Sua Maneira”; o 2º lugar com Wesley Pereira, 20 anos, Pindobaçu, que interpretou “Oi Balde” e o 3º lugar, João Vitor Gutthler, 16 anos, Irecê, com a intepretação de “Trem das Onze”. Na Categoria Revelação Infantil, o pódio foi para Ícaro Gabriel, 11 anos, de Irecê que interpretou “Intuição”, o 2º colocado foi Júlia Castro, 11 anos, Irecê, interpretando “Dois Corações” e o 3º lugar com Ingrid Lorrany, 11 anos, de Irecê, com a interpretação “Dias de Guerra”.
PROTAGONISMO ESTUDANTIL E NOSTALGIA NO PALCO
Fabrízia ressalta o trabalho de equipe e o protagonismo dos estudantes na Flirecê. “Quero agradecer a todas as nossas parcerias, fiquei muito feliz com o protagonismo dos estudantes da rede estadual. Ver nossos estudantes mediando sessões literárias com os autores, isso me emocionou muito. A participação dos professores, coordenadores, diretores. O nosso teatro que antes mesmo de inaugurar já recebeu sessões literárias, projetos estruturantes, a própria peça teatral A Travessia, então o que fica é a continuidade de tudo isso. Trazendo a feira como uma representação que demarca o tempo, ela tem uma duração de 2 dias, mas que foi um trabalho construído com muitas mãos”, agradece.
“Também agradeço o envolvimento da mídia, acho que a mídia divulgou muito bem. Pra encerrar, o Maviael, aquela lindeza poética e o Tatau, que trouxe aquela sensação de nostalgia, as pessoas cantando na praça tudo que vivemos com o Araketu”, finaliza.
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* Jornalista em Multimeios