COLUNISTA | Cultura&Realidade, por Diogeano Marcelo de Lima
Ambição? Ganância? Fome insaciável de querer cada vez mais? O que realmente quer nos dizer o filme que intitula o presente artigo?
Fome de Poder é um filme biográfico que conta um trecho da história por trás da ascensão de um dos maiores impérios da indústria alimentícia americana, que criou uma marca global tão poderosa que foi capaz de forjar uma nova cultura, a cultura dos fast – food, comida rápida para quem não tem tempo, ideal para os novos padrões de vida agitada e corrida, cuja presença é certa nos grandes centros urbanos, existindo uma franquia em todos os palácios do capitalismo existentes, os shopping centers, sim, estou falando da McDonald’s.
O filme é dirigido por John Lee Hancock, estrelando o experiente Michael Keaton, que já protagonizou grandes blackbustes como batmam, batman: o retorno, Homem Aranha: de volta ao lar, Need for Speed – O filme, e claro, o extraordinário BirdMan, vencedor de 4 Oscar em 2015, sem falar de tantos outros.
A McDonald’s foi originalmente criada por dois irmãos Maurice e Richard que revolucionaram a forma de fazer e vender hambúrgueres, no entanto, foi outro personagem, o Ray Kroc que tomou para si o nome McDonald’s expandindo-a de forma inimaginável pelos dois irmãos. Claro, nessa história observa-se que a ascensão do império do fast-food foi irrigado pela conduta antiética de Roy que tomou para si não apenas o sistema de criação dos fast-foods como também o sobrenome e a marca McDonald’s. No entanto, porque é um filme que não pode deixar de assistir e porque o indico? Porque ele me ensina 3 lições valiosas:
1º Acreditar na própria marca: O que contribuiu para que Ray encontrasse uma oportunidade para tomar o nome McDonald’s foi a própria falta de visão dos irmãos Maurice e Richard que não os permitiu ver a magnitude da própria criação e a força do próprio nome. Muitos podem reprovar a conduta do Ray, mas se não fosse por ele, existiria a marca na mesma proporção que tem hoje? Poderia a teimosia e a falta de ação dos dois irmãos ter levado o McDonalds ser o que é hoje? O fato é, se não acreditarmos no potencial de nossa própria criação, outros acreditarão.
2º. A necessidade de formalizar os atos negociais: o golpe final que Ray Croc deu nos irmãos Maurice e Richard foi se valer da confiança dos dois para fechar um contrato que não os protegia da forma devida, imagine que se um contrato, se não for bem-feito, pode acabar não servindo para nada, o que se dizer dos contratos verbais que ainda são a maioria dos atos negociais do nosso cotidiano, quantos riscos não corremos ao fechar um contrato de “boca”. De fato, o descuido dos irmãos Maurice e Richard contribuiu para que Ray Croc os enganasse e tomasse a própria marca. Algo corriqueiro até hoje, tendo em vista que vários contratos, de locação, de compra e venda não são devidamente formalizados, no máximo se usa um modelo do google que não traz aos contratantes da segurança necessária.
3º. Registrar a própria criação: Existem várias ferramentas legais para proteger os inventores de uma marca, de uma invenção ou uma música. Embora gere dispêndio e um pouco de burocracia, registrar a própria patente podem evitar muitos prejuízos e dores de cabeça. Tão importante quanto registrar os próprios atos negociais é registrar a sua marca. Isso evita que alguém possa roubar a sua criação e se alguém fizer uso indevido dela, poderá ser processado e arcar com uma indenização.
Fome de Poder é um filme excelente para se divertir no final de semana junto com toda a família, mas também é uma produção que nos ajuda a refletir sobre os cuidados que devemos ter com as nossas próprias criações e não apenas julgar quem foi o mocinho ou o vilão. Super Indico!