DA REDAÇÃO | Cultura&Realidade
Nos últimos anos, as doenças mentais tiveram um aumento considerável. Segundo a Organização Mundial de Saúde, o Brasil é considerado o país mais ansioso do mundo e o quinto mais depressivo. Mesmo assim, parte dessas pessoas não possuem assistência médica adequada.
A depressão é o mal do século XXI. A ansiedade afeta 18,6 milhões de brasileiros. Os transtornos mentais são responsáveis por mais de um terço do número total de incapacidades nas Américas. Então, como viver de forma plena e equilibrada diante uma realidade tão alarmante?
Como se sabe, a adolescência é um período de muitas mudanças. Hábitos sociais e mentais desenvolvidos são importantes para o bem estar social.
Diante tantas mudanças, estudos apontam que entre 10 e 19 anos existe uma prevalência maior de transtornos mentais, sendo o principal fator agravante as incertezas dessa fase da vida. Metade de todas as doenças mentais começa aos 14 anos, mas a maioria dos casos não é detectada nem tratada.
Ao longo da vida, uma em cada dez pessoas precisará de cuidados de saúde mental. Se os momentos de estresse e apreensão não forem reconhecidos e gerenciados, esses sentimentos podem levar à doença mental.
Infelizmente, a maioria não é diagnosticada e muito menos tratada. Consequentemente, o suicídio torna-se a terceira causa de morte entre os adolescentes.
Depressão e Ansiedade
A prevalência de depressão ao longo da vida no Brasil é de 15,5%. A fase da vida mais acometida por esse transtorno é a terceira década, podendo acometer qualquer idade, sendo mais comum em mulheres.
Ainda sobre os principais transtornos mentais, a ansiedade está presente em 9,3% da população geral.
Certamente, os transtornos de ansiedade possuem sintomas muito mais intensos do que a ansiedade cotidiana.
Os principais sintomas são:
• Preocupações, tensões ou medos exagerados e muitas vezes incapacitantes;
• Sensação contínua de que algo muito ruim vai acontecer;
• Preocupações exageradas com saúde, dinheiro, família ou trabalho.
Os procedimentos de assistência à saúde mental estão sendo crescentemente demandados pelos beneficiários de planos de saúde no Brasil, de acordo com dados inéditos da “Análise Especial do Mapa Assistencial da Saúde Suplementar no Brasil entre 2014 e 2019”, publicação do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS).
Aos números:
As consultas médicas em psiquiatria saltaram de 3,6 milhões em 2014 para 5,3 milhões em 2019, um avanço de 47,3%.
Os atendimentos com psicólogos mais que dobraram no período. Passaram de 10,1 milhões para 20,9 milhões.
As internações psiquiátricas também cresceram em 59,2%.
Alguns fatores podem explicar essa crescente situação nos últimos anos, confira:
• Genética: Sim, a genética é um fator de influência, mas não pode ser considerada a única causa. Um estudo feito por 200 cientistas do mundo inteiro identificou 44 genes que estão relacionados com distúrbios mentais;
• Mulheres: O número de pessoas do sexo feminino diagnosticadas com depressão é o dobro dos homens. Mas isso não necessariamente está relacionado com uma diferença biológica entre os sexos. Alguns estudiosos alegam que se trata de uma tendência maior das mulheres a procurarem ajuda e tratamento;
• Outras doenças: Algumas doenças podem transformar-se em um gatilho para o desenvolvimento de um transtorno depressivo. Esses casos ocorrem principalmente em problemas mais graves ou que submetem o paciente a tratamentos estressantes.
• Uso de medicamentos: Existem remédios com efeitos colaterais que podem contribuir na indução da depressão. Cerca de 200 medicamentos consumidos no mundo possuem esse tipo de efeito, segundo uma reportagem recente do Estadão. Muitos desses são medicamentos amplamente utilizados como os beta-bloqueadores, consumidos em casos de hipertensão, corticoides e benzodiazepinas.
• Abuso de álcool: e outras drogas: o uso de drogas pode oferecer uma gratificação imediata satisfatória. Mas logo que esse efeito passa, essas substâncias contribuem para a intensificação dos sintomas depressivos. Uma pessoa que já tenha a predisposição desta doença, pode encontrar no abuso de drogas e bebidas alcoólicas o gatilho para o desenvolvimento do transtorno.
• Idosos: o crescimento da população idosa e a falta de apoio e estrutura de muitos países para receber essas pessoas também constrói um cenário bastante propício para o desencadeamento da doença do século.
Tratamentos
Os profissionais que podem diagnosticar os distúrbios mentais e a depressão são os psicólogos, clínicos gerais e psiquiatras. Eles devem realizar uma análise de seus sintomas, além de observar como o paciente se apresenta na consulta, tanto fisicamente, quanto psicologicamente. Realizar uma avaliação do histórico de vida e familiar também é importante. Dependendo do tipo diagnosticada o tratamento pode variar.
Os métodos mais utilizados são a psicoterapia e o tratamento via antidepressivos. Ambos variam de acordo com o tipo de depressão, assim como a linha de tratamento do profissional. Não há uma regra, mas uma tendência de tratamento, que pode variar de acordo com o caso.
Outras atividades terapêuticas podem ser muito interessantes para combater ou então evitar a recorrência de episódios depressivos. A prática de esportes e arte terapia são exemplos desses exercícios.
Como podemos observar, os distúrbios mentais como a depressão e bastante ampla e depende muito das especificidades de cada paciente. Sua alta incidência, porém, já alertou profissionais e pesquisadores.
Muitos estudos estão sendo desenvolvidos para entender melhor as causas dessa condição e o tratamento mais apropriado. Mas não só os especialistas devem contribuir para o combate deste problema. É importante ficar atento à nossa saúde e bem estar, assim como fornecer conforto e compreensão àqueles que passam pela doença.
Com informações do: Conexa + e O Globo