DA REDAÇÃO | Notícia Livre
Se você mora na Bahia, certamente teve ou conhece alguém que foi diagnosticado com chikungunya este ano. O estado registrou mais de 10 mil casos da doença nos últimos meses, representando um aumento de mais de 800% em relação ao mesmo período no ano passado, segundo a Secretária de Saúde da Bahia (Sesab). A doença, além de desencadear uma série de sintomas já conhecidos pela população, também chama a atenção de especialistas por outra característica que pode ser desenvolvida: a uveíte.
De acordo com Dr. Frederico Faiçal, oftalmologista da Oftalmoclin e HOBrasil, empresas do Grupo Opty, a arbovirose pode provocar uveíte, doença que pode ser inicialmente confundida com conjuntivite viral, mas na verdade é uma inflamação intraocular que, se não tratada, pode comprometer totalmente a úvea, que é uma camada vascular média dos olhos que inclui a íris (parte colorida dos olhos), o corpo ciliar (músculos que controlam os olhos) e a coroide (estrutura que abastece a região com sangue). A inflamação pode atingir ainda o nervo óptico e a retina.
Segundo Frederico Faiçal, catarata, glaucoma podem ocorrer secundário ao quadro inflamatório. Cegueira é um desfecho possível sobretudo nos casos mais graves e naqueles tratados de forma inadequada, fato que demonstra a necessidade de avaliação com médico oftalmologista a todos os pacientes que apresentem sintomas oculares durante as manifestações clínicas da chikungunya.
Para Marta Hercog, oftalmologista da Oftalmoclin, “embora a uveíte tenha causas diversas, como as infecciosas, a exemplo da chikungunya, dengue e zika, seus sintomas são basicamente os mesmos: vermelhidão, dor nos olhos, sensibilidade à luz (fotofobia), baixa visão e moscas volantes, que são relatos de manchas escuras flutuantes no campo visual”. Por isso, o problema precisa ser tratado de forma precoce e, havendo qualquer sinal de dor, embaçamento ou vermelhidão, a dica é procurar imediatamente um oftalmologista. Outra orientação no caso das arboviroses é usar repelente e eliminar a água parada, principal ambiente de reprodução do agente transmissor – o Aedes aegypti.