DA REDAÇÃO | Com informações Administradores
A Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transporte e Logística (CNTTL), uma das principais entidades da categoria no país, anunciou nesta terça-feira (26) sua adesão ao movimento de greve nacional dos caminhoneiros, prevista para começar na próxima segunda-feira (1º), sob liderança de grupos como a Associação Nacional do Transporte Autônomo do Brasil (ANTB) e do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC).
Em comunicado, a CNTTL, que diz ter 800 mil motoristas em sua base, acusou o governo de Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF) de “insensibilidade” em relação às reivindicações do setor, como a revisão do reajuste na tabela de frete mínimo e a aprovação da constitucionalidade desse recurso. Criada durante o mandato do ex-presidente Michel Temer após a última paralisação dos profissionais do segmento, em maio de 2018, a tabela tem enfrentado oposição do setor produtivo até hoje, e uma disputa sobre sua legalidade segue parada no STF.
“Lamentável o reajuste da Tabela do Piso Mínimo de Frete, realizada pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT)”, declarou o porta-voz da confederação, Carlos Alberto Litti Dahmer, presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga (Sinditac) de Ijuí (RS) e vice-presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB). “Tivemos um reajuste de 2,51% que é ínfimo. Só para se ter ideia o preço do pneu teve aumento nos últimos três meses de mais de 60%, seja nacional ou importado”, acrescentou.
“Hoje temos um piso mínimo da fome. Vamos dar um basta nisso. Vamos cruzar os braços no dia 1º”, assegurou Dahmer, garantindo que a confederação orientará seus motoristas associados a aderir à greve.
Nesta quarta (27), o presidente Jair Bolsonaro pediu à categoria que não interrompa suas atividades. “Reconhecemos o valor dos caminhoneiros para a economia do Brasil. Apelamos para eles que não façam greve, que todos nós vamos perder”, afirmou Bolsonaro, após reunião com o ministro da Economia, Paulo Guedes, confirmando que o governo pretende reduzir impostos PIS/Cofins sobre o diesel, outra demanda do segmento.
“Estamos estudando medidas. Agora não tenho como dar uma resposta de como diminuir o impacto, na verdade foram R$ 0,09 [de aumento] no preço do diesel [na refinaria]. Para cada centavo no preço do diesel que por ventura nós queremos diminuir, no caso o PIS/Cofins, equivale a buscarmos em algum outro local R$ 800 milhões. Então não é uma conta fácil de ser feita”, ressaltou o presidente, que foi favorável à paralisação de 2018 e amplamente apoiado por caminhoneiros em sua campanha eleitoral no mesmo ano.